Publicado: 16 de Setembro de 2013 em:

PEITO SARADO

Artigo escrito para o site www.treinopesado.com.br
TOP 10 – 1º Colocado durante meses na pesquisa realizada

Terminologia dos adeptos do termo “Peito Sarado”

Bem, companheiros… Hoje estou aqui pra falar de uma coisa que me irrita muito:
São alguns termos utilizados nos nossos ginásios e no dia-a-dia por leigos; claro que não discrimino leigos, afinal, todos nós já fomos ou somos em algum campo do conhecimento. Porém, esses são termos pejorativos, que transformam o esporte e a ciência por trás do Bodybuilding em algo efêmero, fútil e com uma nomenclatura digna de capas de revistas femininas (não que eu as discrimine, mas tenho certeza que aqui, essa não é a nossa leitura).
Pois bem, lá vão alguns dos termos que eu mais odeio:
                                                                         
1ª Situação: Você chega à academia, é sexta-feira à noite, e, droga, é o seu único horário para treinar, já que trabalhou e estudou o dia inteiro. Chega o professor da academia, após algumas séries de seu aluno no supino e solta a seguinte: “É isso aí, Frangolino, faz essas 3 de 8 com 20kg de cada lado, que você vai ficar com o peito sarado igual ao meu hein?!” E exibe a pose mais mal feita de duplo bíceps frontal que eu já vi na minha vida. Com os cotovelos jogados à frente, mal dá para visualizar o bíceps; o peitoral do professor nessa pose quase some, sendo que, em descanso, já é algo quase imperceptível, os ombros encolhidos e o dorsal… Que dorsal?
Observação: Provavelmente o termo que eu mais odeie é o termo “sarado”. Sarado talvez venha de sarar, curar. Mas gostaria eu de poder curar as pessoas dessa palavra utilizada para designar alguém com pouca massa muscular e definição aparente, mas pouco considerável. As pessoas falam que você está sarado quando você está com o corpo do “Sandy & Junior” (eu nunca sei quem é quem).
2ª Situação: Estou eu passando por um grupo de jovens, em direção à barra fixa da academia; passo pelo pulley alto e escuto a seguinte frase de um jovem de regata amarela, mais parecendo uma pilha Rayovac: “Vamos malhar a “asa” agora, Frangolino!”
Tudo bem, eu entendo… Ninguém que está na academia para passar o tempo, conversar e ocupar os aparelhos pensando na vida e no próximo show do “Asa” (coincidência? Acho que não), enfim, ninguém assim é obrigado a entender de anatomia, nomenclatura dos músculos e nada disso. Mas, “peloamordeDeus”, não dê apelidos!!! Ex.: Asa, batata da perna, esqueça! O professor já te falou que esse é um exercício de costas, de panturrilhas! Diga, pelo menos, “Frangolino, vamos ‘malhar’ costas.”, eu suplico. Imagine se eu fosse visitar o seu ‘habitat’ natural, chegasse perto do seu carro de som e chamasse o twiter de ‘cornetinha’? Certamente você não iria gostar, afinal, você passou algum tempo estudando e investindo dinheiro no som do seu carro. Eu gasto meu tempo e dinheiro investindo no meu corpo e, claro, na minha saúde física e mental, pra ter que escutar essas pérolas e aguentar o barulho do seu carro enquanto escrevo esse artigo num domingo à tarde.
Observação: Notem que, sequer, eu condenei o termo ‘malhar’, pois acho que isso nem precisamos citar aqui, não é, amigos do “TREINOPesado”? Os amigos do “Peito Sarado” podem utilizar o termo à vontade.
3ª Situação: Muito citada aqui, essa situação é sobre aquele rapaz que bombardeia sua página de recados, seu e-mail e até vem te perguntar pessoalmente sobre ergogênicos. Como disse anteriormente, o assinante do site “Peito Sarado” não é obrigado a conhecer os nomes, mas, se pensa em consumir alguma coisa, qualquer que seja, o mais inteligente seria pelo menos conhecer o nome correto do produto. Deve saber pelo menos a procedência de qualquer coisa que alguém vai consumir, o nome correto para poder pesquisar. Esse é o mínimo que se exige de alguém em sã consciência. E lá se vão mais pérolas, como Uei Prótein, Uinstróu, BCA e vários outros, que você, leitor do Treino Pesado, está lembrando que ouviu agora, nesse momento, e rindo na cadeira.
4ª Situação: Se existe uma coisa que me irrita é chamar Fisiculturismo, Culturismo, Bodybuilding de Halterofilismo. Olha quantos nomes você pode usar! Tem gente que já está chamando até de “Campeonato de Musculação”, talvez para mais público que não sabe nada do que se trata. Pois bem, imaginem a seguinte situação: Você está na faculdade tentando estudar e chega aquele rapaz de boné rosa pro alto, vestindo uma regata verde-limão, usando um tênis com mais molas que o meu carro e pergunta: Ei, como eu faço pra ser um halterofilista que nem o “Suasnêga”?

Observação: Sem comentários… Apenas abaixo a minha cabeça, respiro fundo, conto até três e respondo: “Treine muito, se alimente bem e mantenha o sonho sempre vivo.” Dessa forma acabo com uma discussão desnecessária. Se o pior fossem os termos, mas acreditem amigos, não é. Vejam na próxima edição de “Peito Sarado”.

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Gabriel Ortiz

Gabriel Ortiz, fisiculturista natural lifetime, ou seja, nunca utilizou esteróides anabolizantes ou doping pela WADA. Compete no Brasil e Estados Unidos. Formado em Educação Física, atua como treinador em Brasília, já preparou e prepara vários atletas, inclusive premiados com o título 'Pro Card' pela ANBF em Dez/16 nos Estados Unidos e musa 'Diva Fitness' em 2017 pela WBFF. Redator e colunista desde 2006, cunhou o termo "Preconceito Muscular".

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